Eu sou Linda, do Hai Africa!
* texto de autoria de Fernanda Galeoti
Meu nome é Linda e sou de Nairobi.
Estou muito feliz e orgulhosa de fazer parte do Hai Africa. Eu me emociono de alegria, porque o Hai é realmente uma grande ajuda para mim e meus filhos.
A África é um continente muito bonito, mas infelizmente muitos dos homens aqui às vezes são abusivos. Tive meus filhos com um homem que me abandonou e lutei muito para cuidar deles depois disso. Tive que trabalhar com tudo para alimentá-los. Mas muita coisa mudou quando conheci essa linda moça chamada Mariana Fischer, a fundadora do Hai Africa. Ela percebeu minha situação e me socorreu, ajudando a levar meus filhos para a escola.
Contando um pouco da minha história, fui criada por uma mãe solteira e ela morreu quando eu tinha 4 anos. Depois disso, fui morar com a irmã dela, minha tia. A princípio, ela nos levava para a escola e nos tratava bem. Mas um dia ela mudou repentinamente e começou a tratar suas filhas melhor do que a mim e minhas irmãs. Se uma de suas filhas fizesse algo ruim, ela não reclamaria, mas se nós fizéssemos algo ruim, teríamos consequências pesadas. Depois, pegou tudo o que minha mãe nos deixou e nos expulsou de casa. Certa vez tive que dormir no chão em um prédio abandonado, por três dias.
A vida era difícil e eu não tinha para onde ir. As coisas eram ainda piores porque eu tinha que viver sem minha mãe. No Quênia você não consegue sobreviver sem dinheiro. Se você for para a escola sem pagar as taxas, eles o mandam de volta para casa.
A situação era triste demais. Eu não tinha onde dormir, nem trabalho naquela época, então não tive outra opção a não ser me casar quando eu tinha 18 anos. Mas pelo menos consegui terminar o Ensino Médio neste período.
Hoje, sou mãe solteira. Meu marido me abandonou com os filhos e se casou com outra mulher. Eu tinha 25 anos quando ele foi embora. Ele me batia e me maltratava muito. Então agora decidi ficar sozinha.
Tenho trabalhado no Project Três, a ONG parceira do Hai. Esse trabalho realmente me ajuda a pagar o aluguel e comprar alimentos. Eu adoro trançar pulseiras e essa é a arte que eu faço para o projeto. Ainda assim, mantenho outro emprego de meio período.
Antes, eu lavava roupa para a gente sobreviver. Se não fosse pelo Hai Africa, meus filhos não teriam educação nenhuma. Minha jornada com o Hai tem sido boa e estou muito feliz por estar aqui, onde a educação tem qualidade, então sou muito grata a todos.
Hoje tenho meu trabalho, meus filhos estudam e se alimentam muito bem.
Agora, eu posso voltar a sorrir.