Como o protagonismo feminino transforma comunidades vulneráveis
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Como o protagonismo feminino transforma comunidades vulneráveis

Por trás de toda comunidade engajada e organizada existe um movimento formado por mulheres.

O protagonismo feminino é um motor para a transformação de comunidades vulneráveis. Em regiões onde as desigualdades sociais são profundas, a capacitação e o empoderamento das mulheres podem ser a chave para o desenvolvimento sustentável e inclusivo. 

Nossa atuação nos subúrbios de Nairóbi, Quênia, é um exemplo de como projetos focados no fortalecimento das mulheres podem gerar mudanças significativas.

E no por aqui não seria diferente. Hoje queremos explorar a importância do protagonismo feminino, destacando as iniciativas do Hai África e traçando paralelos com o Brasil, onde experiências semelhantes podem ser replicadas.

De onde vem esse protagonismo?

Embora o protagonismo feminino seja essencial para o desenvolvimento de comunidades vulneráveis, ele também é fruto de diversas contradições sociais. Em muitos casos, esse papel é assumido pelas mulheres devido ao abandono por parte dos homens, à falta de apoio familiar e à ausência de políticas públicas eficazes. Esse cenário, longe de ser romântico, é uma construção social marcada por várias formas de violência e desigualdade.

Esse protagonismo, portanto, não é uma escolha, mas uma necessidade imposta pelas circunstâncias adversas que enfrentam diariamente. Apesar das dificuldades, essas mulheres vão além desses limites e transformam suas ações em uma força de transformação política, econômica e social. 

Elas se organizam, lutam por seus direitos e criam redes de apoio mútuo que fortalecem suas comunidades. Essa atuação coletiva não apenas muda a realidade de suas próprias vidas, mas também impacta positivamente as próximas gerações, gerando um ciclo de autonomia e empoderamento feminino.

A importância do protagonismo feminino

O protagonismo feminino é importante em comunidades vulneráveis por várias razões:

  1. Empoderamento econômico: as mulheres que são economicamente empoderadas tendem a reinvestir em suas famílias e comunidades, promovendo um ciclo de desenvolvimento.

  2. Educação e saúde: mulheres instruídas e financeiramente independentes são mais propensas a valorizar e investir na educação e saúde de seus filhos.

  3. Estabilidade social: o fortalecimento das mulheres contribui para a estabilidade e coesão social, reduzindo os índices de violência e aumentando a segurança comunitária.

Protagonismo feminino: um paralelo Quênia - Brasil

No Brasil, a realidade das comunidades vulneráveis se assemelha em muitos aspectos à do Quênia. Em ambos os países, mulheres enfrentam desafios significativos, incluindo a falta de acesso à educação, emprego e serviços básicos de saúde. No entanto, nesse cenário o protagonismo feminino também se destaca como um grande agente de mudança. 

As mulheres representam 52% dos moradores das favelas brasileiras e lideram 60% dos negócios nesses locais. Para que esse protagonismo tenha efeitos duradouros e se transforme em um empoderamento real, resultando em ascensão econômica e social, é fundamental viabilizar ações que impulsionam o protagonismo feminino.

A seguir, destacamos algumas iniciativas que colaboram para o protagonismo feminino, tanto no cenário brasileiro quanto nas experiências adotadas pelos projetos do Hai África na comunidade de Kabiria, em Nairóbi, Quênia:

1. Faculdade e treinamento para as nossas teachers: no Quênia, o Hai África investe na formação contínua de suas professoras, financiando a educação superior de cada uma delas. Esse investimento não só melhora a qualidade da educação oferecida às crianças, mas também empodera essas mulheres, proporcionando-lhes melhores oportunidades de crescimento profissional e pessoal.

 2. Empresa das Mamas: em parceria com a Project Três, essa iniciativa capacita e promove o desenvolvimento econômico de mulheres, ensinando-as a produzir e vender peças artesanais feitas com recursos locais. Todos os lucros retornam às mulheres envolvidas, fortalecendo-as financeiramente e promovendo sua autonomia.

 3. Iniciativas Brasileiras: no Brasil, projetos como o Instituto Maria da Penha, que oferece suporte e capacitação para mulheres vítimas de violência, e a Rede Mulher Empreendedora, que apoia mulheres empreendedoras, são exemplos de como o empoderamento feminino pode ser promovido de forma eficaz. Esses projetos ajudam a criar um ambiente favorável para o crescimento e a autonomia das mulheres, refletindo-se em benefícios para toda a comunidade.

Essas iniciativas demonstram que, apesar dos desafios, o protagonismo feminino é uma força poderosa para o desenvolvimento e a transformação social em comunidades vulneráveis. Promover e apoiar essas ações é uma forma de garantir um futuro mais justo e equitativo.

Dados que precisamos superar

A desigualdade de gênero e a vulnerabilidade econômica são desafios persistentes quando falamos sobre protagonismo feminino. Entender os dados que apontam esses obstáculos é importante para formular políticas e iniciativas eficazes que promovam a igualdade e o empoderamento feminino.

Quênia

Segundo dados da ONU Mulheres, a participação feminina no mercado de trabalho formal é significativamente menor que a dos homens, e muitas mulheres dependem da economia informal para sustento. 

A Organização Mundial da Saúde, aponta que 42% das mulheres com idades entre 20 e 44 anos relataram violência física ou sexual de seus parceiros.

Uma pesquisa da Universidade de Princeton (EUA), de fevereiro de 2019, concluiu que nos domicílios em que as mulheres recebem apoio através de políticas de transferência de renda, a taxa de violência doméstica caiu 51% e a incidência de violência sexual, 66%.

Brasil

De acordo com 1º Relatório Nacional de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios, as mulheres ganham 19,4% a menos que os homens no Brasil, sendo que a diferença varia conforme o grupo ocupacional. Em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, a diferença de remuneração chega a 25,2%. Ainda segundo o relatório, as mulheres negras são as que têm renda mais desigual. 

Políticas empresariais de diversidade e inclusão, além de políticas afirmativas direcionadas às mulheres por meio de Programas como o Bolsa Família, demonstraram que investir diretamente nas mulheres resulta em melhorias significativas para toda a família, incluindo melhor alimentação, saúde e educação para as crianças.

Por um protagonismo que empodere cada vez mais meninas e mulheres

Como podemos perceber neste artigo, o protagonismo feminino é essencial para o desenvolvimento sustentável de comunidades vulneráveis. 

Iniciativas como as do Hai África mostram que investir na educação e capacitação das mulheres pode transformar realidades e gerar um impacto duradouro. Ao replicar esses modelos no Brasil, podemos promover a inclusão, reduzir desigualdades e garantir um futuro melhor para todos. 

O Hai África sonha em expandir seu modelo para comunidades brasileiras, levando consigo as lições e sucessos obtidos no Quênia, e assim contribuir para a criação de um mundo mais justo e equitativo.

Saiba como o Hai África está impulsionando o protagonismo feminismo e apoie nossa causa.

Autoria: BC ♡ Marketing para quem transforma o mundo

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